domingo, 22 de maio de 2011

Perder peso é mais difícil se você é otimista




Ser uma pessoa positiva tem seus benefícios (comprovados pela ciência e, né?, pelos livros de autoajuda também). Mas parece que, quando você está gordinho e a meta é emagrecer, o melhor caminho é ser um pouco pessimista.
Foi o que pesquisadores japoneses constataram durante um estudo que acompanhou 101 voluntários obesos por seis meses, enquanto eles se submetiam a um programa de aconselhamento, regime e exercícios.
Traçando perfis psicológicos ao longo desse período, os especialistas notaram que a maioria dos gordinhos ia ficando mais feliz e otimista conforme o tempo passava e os quilos a mais sumiam. Até aí, faz todo o sentido. Mas eles perceberam também que os que já entravam no programa achando a vida linda tinham mais dificuldade em perder peso.
Segundo os pesquisadores, até a habilidade de ver as coisas sempre pelo lado positivo tem seu lado negro: a pessoa acaba se preocupando menos com a própria saúde e cedendo mais facilmente a tentações, já que “o otimismo leva a comportamentos instintivos e impulsivos“.
Está na hora de começar o regime por aí? A gente ajuda você: a vida é uma droga, né?

Tédio pode matar



Da próxima vez em que você pensar em dizer que está “morrendo de tédio”… Bem, vale saber que você está mesmo. Literalmente.
Pesquisadores ingleses dizem que esse tédio todo pode estar, de fato, te roubando alguns anos preciosos de vida. A possível explicação é que quando as pessoas ficam muito, mas muito entediadas mesmo, tendem a cair em hábitos pouco saudáveis, como o cigarro e a bebida – companheiros que diminuem a expectativa de vida.
Para comprovar esse efeito, eles resgataram as fichas de 7524 pessoas entrevistadas entre 1985 e 1988 sobre o tamanho do tédio que costumavam sentir. Depois, foram atrás de descobrir quais delas tinham morrido (e de quê tinham morrido) de lá para cá.
Eis as estatísticas do estudo: os voluntários que se disseram entediados com frequência nas entrevistas dos anos 80 eram 37% mais propensos a já terem batido as botas em 2010.
Tem mais: segundo os pesquisadores, quem vive em “altos níveis de tédio” (veja bem, não de estresse, como a gente sempre vê por aí, e sim de tédio) tem duas vezes mais chances de ter problemas cardíacos ou morrer de derrame do que o pessoal satisfeito com a vida.
Ou seja: vamos mexer o bumbum aí, minha gente. Nada de sofá.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Redes sociais afetam o cérebro do mesmo jeito que a paixão

Como eu te amo, meu Twitter!
Como eu te amo, meu Twitter!

Eis que a ciência aparece para explicar por que a gente gosta tanto de redes sociais. O pesquisador Paul J. Zak, professor da Claremont Graduate University (EUA), descobriu que uma simples troca de tweets ou um amigo curtindo nosso status no Facebook pode aumentar nossos níveis de oxitocina, conhecida como “hormônio do amor” (ela estimula sentimentos como empatia, generosidade e confiança, e tem altas quando estamos apaixonados).
A cobaia foi o jornalista Adam Penenberg. Ele cedeu amostras de sangue antes e depois de passar 10 minutos batendo papo no Twitter. Nesse tempinho, seu nível de oxitocina subiu 13%. (Para se ter uma ideia, uma alta equivalente à observada em um noivo prestes a subir no altar.) E nem é só isso: seus níveis de cortisol e ACTH, hormônios ligados ao estresse, caíram 11% e 15%, respectivamente.
Isso leva a crer que o cérebro percebe o tempo que “perdemos” no Twitter e no Facebook, por exemplo, como se estivéssemos interagindo diretamente com pessoas queridas. E aí libera a oxitocina, que dá um pouquinho daquele “barato” que a gente sente quando se apaixona. Sem falar que, ao suavizar os hormônios do estresse, derruba também o risco de problemas cardiovasculares, como infartos e derrames. Ou seja: tuitar é bom para o coração em todos os sentidos. Justamente a desculpa que você precisava para procrastinar sem culpa, né?

Ficar sem net é o mesmo que ser roubado




Você fica estressado quando a net cai, o Google não entra, seu e-mail trava? Então está viciado, diz um estudo, e as conseqüências são sérias. Segundo a pesquisa, que monitorou a atividade cerebral dos junkies, ficar desconectado tem o mesmo efeito no cérebro do que estar uma hora atrasado para uma reunião importantíssima. Ou então prestar vestibular e, na pior das situações, ser roubado.
O sintoma foi definido pelos psicólogos como um sentimento de estresse e ansiedade quando alguém é impedido de conseguir acesso imediato à informação - a internet é a principal fonte para 87% dos britânicos. Cerca de 76% dos entrevistados admitiram não conseguir viver sem internet, sendo que 53% deles passam mais de 4 horas por dia online. E 44% ficam confusos e desorientados se a internet cai.
De acordo com o estudo, o nível de estresse dos homens sem internet era pior à noite. Enquanto que as mulheres se sentiam mais estressadas se ficavam sem conexão durante o dia.
Sexta-feira foi considerado o pior dos dias para ficar sem rede, porque impede que as pessoas programem seus finais de semana – e a maioria usa o Google para fazer isso.
E aí, você consegue responder se passa mais tempo no computador do que com a própria família? Acha isso normal?

Pé na bunda pode ser tão ruim quanto abstinência de cocaína

Amor em pó (ou em pills)
Amor em pó (ou em pills)

Sabe aquele amigo que passou meses e meses chorando no seu ombro porque levou um pé na bunda? (Ou lembra de quando quem fez isso em ombro alheio foi você? Então.) Um estudo da Universidade de Rutgers apareceu para explicar por que é tão difícil para algumas pessoas superar o fim de um relacionamento. Em testes com homens e mulheres que estavam “curtindo” uma fossa (foram rejeitados, mas continuavam apaixonados), olhar para fotos dos ex ativou regiões do cérebro associadas ao controle das emoções, ao apego (até aí, tudo bem), à abstinência e até à dor física (!). Segundo os pesquisadores, existem grandes semelhanças entre o que sentem pessoas que levaram um fora do amado e viciados em cocaína em processo de desintoxicação. “O amor romântico é um vício”, disse a antropologista Helen E. Fisher, líder da pesquisa. “É um vício maravilhoso quando as coisas estão indo bem, mas um vício tenebroso quando tudo dá errado”. Isso explica porque certas pessoas são capazes de atitudes extremas (como perseguir e até ferir o ex-parceiro) após levarem o temido pé na bunda. Mas também há uma notícia boa nessa coisa toda: o estudo confirmou que o tempo cura mesmo as feridas – quanto maior o período desde o término do relacionamento, menor é a atividade registrada nesses cantinhos perigosos do cérebro.

Tomar ecstasy pode ajudar a superar traumas

Terapia coletiva?
 Terapia coletiva?

Que ele deixa o povo “bonzão” ao som do tuts tuts, não é novidade. Mas que também pode deixar bonzão (agora, sem aspas) pra valer, quando a música para… Aí sim! Um estudo norte-americano, publicado agora em julho no Journal of Psychopharmacology, sugere que, associado à psicoterapia, o ecstasy (apelido da metilenodioximetanfetamina, ou MDMA) pode ajudar (e muito!) no tratamento de transtornos de estresse pós-traumáticos (TEPT).
Para chegar a essa descoberta, os psiquiatras Michael e Annie Mithoefer fizeram testes com 21 portadores de TEPT (20 deles já tinham se tratado com medicina tradicional e terapia, sem sucesso). Cada um passou por duas sessões, recebendo ou 125 miligramas de MDMA (segundo os pesquisadores, o equivalente ao que uma pessoa tomaria numa balada) ou placebo (um comprimidinho de açúcar). Então, os dois grupos passaram por cerca de oito horas de psicoterapia no total. (Todos receberam uma segunda dose, pela metade, duas horas e meia depois do início do trabalho, para assegurar que os efeitos continuassem.)
E o resultado: dois meses após a experiência, menos de 17% dos pacientes que tomaram o ecstasy continuaram apresentando TEPT. Já entre os que receberam placebo, 75% não mostrou melhora. “Nossos resultados são encorajadores”, diz Mithoefer. Segundo ele, não houve qualquer problema significativo durante a experiência.
Mas o que o ecstasy faz? A terapia aplicada consistiu em fazer a pessoa entrar em contato com as memórias traumáticas que causaram o problema. Para ser efetiva, essa terapia de exposição precisa de um grande envolvimento emocional do paciente – tomando cuidado, é claro, para não sobrecarregá-lo e piorar a situação. O problema é que quem sofre de TEPT, segundo o médico, tem uma “janela” bem pequena entre o “não se envolver” e o “se envolver demais” na hora da terapia. O ectsasy, então, pode “alargar” essa “janela”, permitindo que o paciente permaneça engajado na medida certa durante a sessão terapêutica. Além disso, o MDMA aumenta os níveis da oxitocina (aquele hormônio associado à confiança, ao carinho, ao prazer) no organismo, o que ajuda os pacientes a estabelecer um laço mais forte com o terapeuta.
Esse estudo foi o primeiro nos EUA a usar o ecstasy de forma terapêutica com aprovação do governo. Segundo o Scientific American, outros testes similares estão sendo feitos na Suécia e em Israel. Logo, Canadá, Espanha e Jordânia também devem começar os seus.

Depressão ajuda a tomar decisões melhores



Isso quando a decisão não é se atirar da janela, é claro. Mas nem tudo é cinza: de acordo com um estudo feito por pesquisadores europeus e norte-americanos, parece que há mesmo ao menos um benefício na depressão.
O teste era o seguinte: os voluntários tinham que selecionar, em um programa de computador, os melhores candidatos para uma vaga de emprego fictícia. A motivação era ganhar dinheiro com isso: cada candidato tinha um valor monetário associado a ele – alguns valiam mais, outros menos. Todos eram apresentados em sequência e apenas uma vez. Por exemplo, se o participante escolhia o número 2 logo de cara, nem tinha a oportunidade de ver os outros.
15 pessoas com depressão profunda, 12 em processo de recuperação e 27 sem qualquer problema participaram do teste. E eis que os primeiros se saíram melhor: os voluntários saudáveis procuravam pouco antes de escolherem um candidato, enquanto os depressivos analisavam as opções com mais cuidado – e, além de selecionarem os candidatos mais adequados à vaga, ganharam mais dinheiro do que os colegas.
Ou seja: apesar de todo o mal, a depressão, segundo os pesquisadores, pode ajudar o raciocínio analítico e promover a persistência – o que ajuda a fazer escolhas melhores em situações difíceis. Ponto para ela.